6 de ago. de 2023

 OS MISTÉRIOS DA TRANSFIGURAÇÃO

"E o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz". (Mt 17, 2)

Transfiguração é a mudança de aspecto de um corpo vivo.   Conforme foi relatado por três evangelistas (Mateus,17:1-13; Marcos, 9:2-13 e Lucas:9, 28-36), dias antes de seguir para a Judéia, Jesus convidou Pedro e os irmãos Tiago e João para subirem ao Monte Tabor. Chegando ao local, como estavam cansados, os apóstolos adormeceram e foram despertos pela cena inusitada de Jesus se apresentando transfigurado e com o corpo resplandecente, tendo ao seu lado dois antigos profetas hebreus: Moisés e Elias, que viveram em 1500 a.C. e 900 a.C., respectivamente.

O brilho da luz de Jesus demonstrou a sua superioridade espiritual em relação aos dois profetas consagrados pelo judaísmo. A materialização dos espíritos de Moisés e Elias ao lado de Jesus, pode ser interpretada como mais uma confirmação de que o Mestre nazareno era de fato o Messias esperado (Isaías, 52:13-53:12).  No término desse encontro de Jesus com os dois espíritos materializados, ocorreu um fenômeno de voz direta vindo das esferas espirituais superiores: “Este é o meu Filho amado: ouvi-o!” (Mateus, 17:1-9); uma clara indicação de que Jesus é o guia da humanidade. O Oxalá resplandecente de luz, encarnado e reflexo da suprema divindade criador, enviado para ser ouvido. 

Para contemplar a gloriosa luz do Oxalá cósmico foi preciso "subir o Tabor" ou seja, buscar o local reservado, íntimo, silencioso e longe da confusão e curiosidade humana, um silêncio e retiro de contemplação que permita experimentar e fazer a experiência do divino em nós,   Jesus se põe em oração antes dos momentos decisivos de sua missão, antes do seu batismo, foi para o deserto e ficou 40 dias em jejum e oração, e antes de sua paixão, sobe o monte para se unir ao Pai. 
Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35). A nuvem e a luz são dois símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as manifestações de Deus (teofanias) do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória.
Na Transfiguração a Trindade inteira se manifesta: o Pai Olorum, na voz; o filho Oxalá, no homem luminoso e o Espírito (Ifá), na nuvem clara que os envolvia.  O Mestre mostra assim, sua glória divina, confirmando a confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), se deve passar pela Cruz.
A percepção da presença de Moisés e de Elias, por parte dos apóstolos, pode ser entendida como uma vidência mediúnica ou como uma materialização espiritual, que independe da faculdade de ver Espíritos. 
O fenômeno foi, entretanto, muito nítido, a ponto de Pedro pedir ao mestre para construir tendas. 
O Mestre, porém, faz-lhes significativa advertência:  "A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos‖" (Mt 17:9). A impressão causada aos três apóstolos por esta manifestação não podia jamais ser esquecida. Jesus aproximou-se deles, tocou-os e disse: “Erguei-vos, e não temais.” Quando olharam, viram que estavam novamente sozinhos com Ele.


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